Foram entrevistados 46 atletas do sexo masculino, com idade média de 23 ± 10 anos e de 32 atletas do sexo feminino, com idade média de 19 ± 7 anos, submetidos a um questionário fechado. Para cada caso referido, uma seqüência de questões foi aplicada buscando detalhar informações, como: qual o local da lesão; se estava em condição de Tori ou Uke; se a ocorrência foi durante o treinamento ou em competição; se o adversário era de mesmo peso, mais leve ou mais pesado.
O tempo de prática dos atletas do sexo masculino foi de 9 ± 6 anos, sendo a graduação distribuída entre 20% com faixa preta, 50% com faixa marrom e 30% com graduação inferior à marrom. As atletas do sexo feminino apresentaram tempo médio de prática de 5 ± 3 anos, sendo 9% com faixa preta, 25% com faixa marrom e 66% com graduação inferior.
Lesões decorrentes de situações como aquecimento, acidentes isolados e outros casos com a ausência da participação de um adversário não foram consideradas para a distribuição percentual de aspectos como tipo de golpe, perfil do adversário (peso e graduação). Portanto, para essas situações o total geral analisado foi de 64 casos.
Após realizar a análise dos dados obtidos, observou-se que as lesões ocorreram com prevalência de 23%, sob o total de relatos, para articulação do joelho, seguido de 16% para ombro, 22% em dedos de mãos e pés e as demais ocorrências totalizaram 39%.
Com relação à gravidade das lesões, encontraram-se 10% de lesões leves, 9% moderadas e 64% de ocorrências graves, sendo que, dentro desse total, podem-se reagrupar os dados com relação à situação de treino ou competição. Assim, em treino, 8% foram classificadas como leves, 9% moderadas e 54% graves. Da mesma forma, para a situação de competição houve 5% de lesões leves, 2% de moderadas e 22% de lesões graves.
Outro aspecto observado no processo de ocorrência de lesões foi a relação de diferença ou de igualdade quanto ao perfil do adversário, sendo analisados o peso e a graduação. Observou-se que 21% das lesões aconteceram quando o adversário era mais leve, 42% com adversário mais pesado e 31% com mesmo peso. Apenas 6% dos entrevistados não souberam descrever esse detalhe.
Já em relação à graduação, 31% das lesões ocorreram com adversário mais graduado, 24% com adversário menos graduado e 39% com mesma graduação. Apenas 6% não souberam informar essa questão.
Dois golpes se destacaram, sendo o Ippon seoi Nague responsável por 23% e o Tai otoshi por 22% dos relatos. O golpe Uchi mata atingiu a marca de 9% e 22% não lembraram o golpe associado. As demais lesões computadas pelo questionário representaram 24%.
Sendo o Ippon seoi Nague e o Tai otoshi os golpes com maior prevalência nas lesões, podem-se observar os percentuais em relação às regiões anatômicas atingidas.
Via: Revista Brasileira de Medicina do Esporte.